segunda-feira, 30 de abril de 2018

Por você, faria mil vezes!

Fonte: Ana Izabelle


Essa semana eu li um dos melhores livros da minha vida. O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini, me emocionou e me fez refletir a respeito da vida e, sobretudo, da vida cristã.

A história gira em torno da amizade de dois meninos que foram criados juntos – Amir e Hassan. Amir era um menino muito rico da cidade de Cabul, e Hassan era filho de Ali, empregado de seu pai.

Apesar da diferença de religião, etnia e sociedade, Amir e Hassan faziam praticamente todas as atividades juntos: brincavam, iam ao cinema, subiam em árvores e até atiravam nozes no pastor alemão do vizinho. Hassan sempre foi muito leal e devoto a seu amigo, porque, como filho do empregado, seu dever era esse. Amir, apesar de amar Hassan, nunca soube dar a essa devoção o seu devido valor, porque estava sempre preocupado em obter atenção do seu pai (o baba). Um trecho do livro deixa isso muito claro:

“Hassan e eu mamamos no mesmo peito. Demos os nossos primeiros passos na mesma grama do mesmo quintal. E, sob o mesmo teto, dissemos nossas primeiras palavras.
A minha foi baba.

A dele, Amir. O meu nome.”

Ao longo da história, Hassan dá a Amir inúmeras provas da sua fidelidade. Sempre o defendia dos meninos valentões; sempre levava a culpa pelas brincadeiras que ele só fazia porque Amir pedia. Aliás, fazia praticamente tudo que Amir pedia. Por fim, após uma traição da parte de Amir, Hassan continua fiel e benevolente. Hassan, um haraza xiita, me fez lembrar das palavras de Jesus aos seus discípulos:

“Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". (Marcos 10:42-45)

E ainda, Paulo na sua carta aos Romanos:

“Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês.” (Romanos 12:10)

A fé sem obras é morta, e o que são essas obras se não o verdadeiro serviço cristão? Se dizemos que procuramos viver como Cristo viveu, devemos servir como ele serviu. Devemos ter o nosso tempo, o nosso dinheiro e os nossos dons dedicados ao Reino de Deus e, consequentemente, aos nossos irmãos. Nisto provamos que o amamos e que temos seu amor aperfeiçoado em nós; nisto, somos verdadeiramente sal, preservando esse mundo da sua própria corrupção.

O amor que Deus espera de nós não é um sentimento, é um modo de vida manifesto por meio das nossas ações.

O que temos sido para nossos irmãos? Apenas alguém para sentar ao lado na igreja e dividir a conta na pizzaria após o culto? Sabemos das suas dificuldades financeiras, espirituais e emocionais? Estamos disponíveis para ajuda-los e ainda dizer “Por você, faria isso mil vezes”? Hassan, um garoto que provavelmente não se importava muito com Jesus, está nos dando uma surra.

Jesus disse que não éramos apenas seus servos, mas seus amigos. O que temos sido para as pessoas ao nosso redor: Amir (senhor) ou Hassan (servo)?

Por fim, gostaria de contar um causo muito popular na minha família a respeito do meu falecido avô. Consta que ele estava andando pela rua, com sua sacolinha na mão, quando apareceu um homem bêbado do nada e deu tapa na sua cara (oi???). Vovô Zeca parou, respirou fundo, colocou a sacolinha no chão e disse ao homem “eu te perdoo”. Isso aconteceu há tempo muito. Em 2013, quando eu vim morar com meus avós, meu avô fez uma viagem para sei lá onde e, logo quando voltou, adoeceu. Após sua morte, descobri que ele viajou para a cidade onde isso aconteceu para dizer ao homem que realmente o perdoava, porque ele estava embriagado quando isso aconteceu e talvez não soubesse que tinha o perdão do meu avô. O meu avô, analfabeto, sabia muito mais sobre o menino Jesus do que muito teólogo por aí.

Que Cristo nos ensine a amar e a servir, dando a nossa vida por amor, como Ele mesmo fez.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Você




É claro que eu iria escrever sobre você. Impossível deixar guardado em meu peito cada detalhe lindo desses dias maravilhosos ao seu lado. Impossível fingir que tudo isso não me inspira para escrever, rimar, viver.

É claro que eu escreveria sobre a forma que você me olha de volta quando começo a te encarar – e sobre a forma que você fica tímido quando eu faço isso. E parece que, nesses instantes de eternidade, a gente se entende muito mais do que quando trocamos palavras – e olha que conversar é o que fazemos de melhor. Parece que, de uma forma muito interessante, a sua timidez se encaixa perfeitamente nesse jeito todo extrovertido e sem vergonha na cara que eu tenho. Parece que sempre foi assim.

É claro que eu escreveria sobre quão raro e especial é andar pelas ruas da cidade de mãos dadas com você. Inclusive, é melhor já ir se acostumando com minhas demonstrações exacerbadas de sentimentos. Ninguém mandou você dizer que detesta andar, mas que ama andar comigo. Agora já era.

Eu também não poderia deixar de registrar como tudo isso tem sido especial para mim. Não poderia deixar de tornar mais real, por meio das minhas palavras, toda a beleza que se esconde por trás desses cílios enormes que você tanto reclama. E não só em seu olhar, mas em todos os gestos, todas as palavras. Em todas as vezes que acordamos mais cedo só pra podermos ter uma conversinha rápida pelo celular. Em todas as vezes que fizemos o outro rir, mesmo a 156 km de distância. Em todas as coisas que só nós dois entendemos. É essa beleza que tem feito meus dias melhores e mais coloridos.

Obrigada por tanta cor, jovem Padawan.
Agora já era, eu já escrevi sobre você.

domingo, 31 de dezembro de 2017

Aquele texto de fim de ano que eu sei que vocês gostam


Eu comecei a escrever esse texto de outra maneira e não deu certo porque não era aquilo que eu queria dizer. Eu pensei em falar das minhas conquistas pessoais e de como eu precisei me esforçar para alcançá-las, mas ainda não era isso que eu queria dizer.

Se eu tiver que dizer algo sobre 2017, tem que ser sobre como Deus foi misericordioso e sobre como Ele me amparou na luta contra mim mesma. Esse ano eu percebi que estava errada todo esse tempo – sobre quem eu sou, sobre como devo agir, sobre quem é verdadeiramente o Filho de Deus.

Foi preciso me perder completamente para que eu começasse – apenas começasse – a entender quem é essa Ana Beatriz e o que ela realmente quer. E quando digo me perder, é me perder MESMO. Foi preciso que as minhas boas intenções ferissem as pessoas que eu amo para eu pudesse entender que amor é mais sobre o que a gente faz do que sobre o que a gente sente. Foi preciso que eu olhasse ao meu redor e não conseguisse enxergar Deus para – finalmente! – descobrir que a verdadeira morada dele sou eu.

Talvez você se espante com isso, afinal, eu passei os últimos cinco anos ouvindo e dizendo que nós, pobres seres humanos, somos a casa de Deus, mas outra coisa que eu descobri esse ano foi a falibilidade dos nossos discursos. A nossa incrível habilidade de deixar a história de Jesus ser apenas mais uma história contada, e não a nossa história com Jesus.

E eu preciso dizer também que em 2017 eu cometi pecados que eu tinha a certeza absoluta de que não cometeria. Me peguei com a mente cheia de vaidade e egoísmo, de intolerância e rancor. É verdade. E eu não tenho vergonha de falar sobre isso, porque sei que pelo sacrifício dele eu sou justificada. Não tenho vergonha porque, durante a minha caminhada, tive o privilégio de encontrar pecadores tão arrependidos quanto eu, que me mostraram o amor incondicional do Pai. Não tenho vergonha porque talvez você esteja, nesse momento, com vergonha de quem é e precisando ouvir (ler?) que você não é o único que não presta nesse mundo.

A mensagem da cruz, que eu havia recebido de coração aberto aos 14 anos, estava se perdendo em mim. Eu me apeguei mais ao fato de que eu não merecia o amor de Deus, ao invés de me apegar na certeza que ele dá o amor àqueles que não merecem. Eu enchi a minha mente de julgamento contra mim mesma, e esqueci do meu fiel Advogado. Mas vai ver que foi necessário que tudo isso acontecesse – as perdas, as dores, as dificuldades... foi preciso que 2017 me colocasse no meu limite para que eu finalmente parasse de tentar carregar as coisas sozinha e confiasse no amor de Deus.

Esse não é um texto poético, tampouco harmônico. Esse não é um texto emocionante, lindo, nem mesmo um texto que você queira ler mais de uma vez. Esse não é um texto muito bem organizado. Mas esse é um texto que reproduz quem eu tenho sido nos últimos meses: alguém que com certeza não é atraente aos olhos de Deus, mas que é dedicada a ele. Esse é um texto para falar que o amor de Deus vai além de qualquer rima preciosa, trocadilho bem posicionado ou texto bem estruturado. Vai além de uma vida perfeita.

Esse texto é sobre uma pessoa que encontrou no amor de Deus forças para lutar contra seu pior inimigo – ela mesma. Sobre alguém que se permitiu sofrer as dores de confessar os pecados e admitir que está errada, muito errada. Continuo errada. Uma errada aperfeiçoada pelo amor do Pai, sim, e que aos poucos tem superados seus erros, mas ainda uma pessoa errada.

Ainda tenho muito que melhorar. Acho que você não faz ideia do quanto. Mas eu não tenho mais medo. Medo de dizer quem sou e de falar sobre o que Deus tem feito na minha vida. Medo de confiar nesse amor tão absurdo que vai além dos meus pecados e do meu orgulho. Eu não tenho medo de viver. 

domingo, 24 de setembro de 2017

Resenha - Harry Potter e a Criança Amaldiçoada



2017 mal começou e já está me trazendo resultados maravilhosos. Eu sei que você está lendo isso no mês de setembro, mas ontem, dia 02 de janeiro, eu comecei e terminei de ler o oitavo livro da saga Harry Potter – Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (na hora de pronunciar sai almadiçoada, amadilçoada, sai tudo, menos o jeito certo rs). Fiquei muito feliz e satisfeita comigo mesma por isso (que presentão logo no início do ano, hein) e gostei bastante do livro. Por conta disso, resolvi compartilhá-lo aqui com vocês.




Primeiramente, quero falar sobre a edição. Me apaixonei por essas duas capas do livro, tanto a de dentro, quanto a de fora! A parte de dentro é capa dura, também conhecida como hard-cover, e a de fora se chama jacket. Achei muito lindas as duas, e elas expressam muito bem a tensão vivida no livro.

As páginas são bem grossinhas e amareladas, duas coisas que me agradaram bastante – acho mais fácil de ler sem cansar quando as páginas não contrastam muito com as letras. 


Para minha surpresa, o livro é na verdade o roteiro de uma peça. Geralmente, eu não consigo me concentrar para ler livros assim, mas com HPCA (já somos íntimos e tal) foi completamente diferente: a leitura é simples, direta e dinâmica, contendo mais diálogos do que descrições. Mas mesmo assim, é muito fácil de imaginar a situação e mergulhar dentro do livro.

Não sei se acontece com vocês, mas quando um livro me pega de verdade (ui) eu geralmente reproduzo as emoções dos personagens, então, na maior parte do tempo, estava aflita, tensa e ansiosa. Não é como os outros livros de Harry, que tem pausas felizes entre os momentos de tensão – é tensão a todo instante! O que, aliás, é outra novidade que eu aprovei bastante!

Bonequinhos que eu tenho desde criança de Rony e Hermione.

A história é a seguinte: Dezenove anos depois, o filho do meio (nossa, que expressão esquisita) de Harry e Gina está indo para Hogwarts. Seu nome é Alvo Severo e ele está com medo de ir pra Sonserina. No trem, ele conhece Escópio Malfoy e de cara eles já se dão muito bem.

Chegando em Hogwarts, o que acontece? Isso mesmo, os dois vão a Sonserina. O problema é que, chegando lá, ambos começam a sofrer bullying – Escórpio porque corre um boato de que é, na verdade, filho de Voldemort, e Alvo porque é completamente diferente do que se espera do “Filho de Harry Potter”, e isso só os une ainda mais.

Para deixar a situação ainda mais complicada, o relacionamento entre Harry e Alvo é péssimo e é em cima da rebeldia de Alvo que a história se embasa.

Achei a história bastante adulta, abordando situações que eu nunca tinha visto antes em HP. Harry sendo bem mais humano do que imaginávamos, tendo problemas com a família, consigo mesmo e xingando a memória de Dumbledore que está nos quadros; Malfoy sendo gente boa e frágil, revelando sua solidão e – pasmem – seus sentimentos; além de tudo isso, a exposição do fato de que ser da Sonserina não significa ser uma pessoa ruim ou preconceituosa, como nós concluímos nos primeiros livros. 




Apesar de toda tensão, o livro é recheado de piadinhas internas, como já estamos acostumados em ver nos demais livros, porém achei que o humor expresso em HPCA é mais real, mais cotidiano.

Enfim, pessoal, superecomendo o livro pra quem já leu os demais. É importante ressaltar que ele é uma continuação, não uma história à parte, sendo necessário que você tenha lido os outros sete livros para entender aqui. A história é muito envolvente, fácil e empolgante. Do jeito que nós, fãs de Harry Potter, amamos (não vou usar o termos Potterheads, acho muito feio, esquisito e desnecessário).

Muito obrigada, galerinha!

Abraços quentinhos! 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Um post qualquer numa madrugada chuvosa

Plena e de cabelo longo no meu aniversário de 18 anos. SDDS. 2016.
Estou escrevendo este texto diretamente do blogger. Sem revisão, sem mudanças, sem talhar. Sem parnasianismo.

Hoje é quarta-feira, e tá chovendo lá fora. 

Já faz muito tempo que não escrevo aqui. Na verdade, já faz muito tempo que não escrevo livremente. Eu poderia culpar a tal da vida adulta, poderia culpar a correria do dia a dia, ou até mesmo os eventos que me machucaram, me fizeram desacreditar de mim mesma, mas a verdade é que a culpa é todinha minha. Eu poderia ter lutado contra tudo isso e ter me imposto, pode ter certeza. 

Ah, mas não se preocupe! Eu não falo isso com pesar, ou com remoço. Aconteceu dessa forma, e fazer o que? De qualquer forma, todas as fases da vida, escritas ou não, são construtivas. E eu não escrevi, é verdade, mas senti dor e me curei. Me afastei de pessoas que me faziam mal e estou começando novas amizades saudáveis com pessoas incríveis. Não escrevi, mas entrei na faculdade e consegui um emprego muito maneiro (leia-se: um emprego que não exige tanto de mim). Cortei meu cabelo e ele já cresceu bastante. Tive um aniversário verdadeiramente desastroso. Fiz coisas bem bacanas no laboratório de Química, passei direto (com muito sufoco e poucas noite de sono, não nego) em todas as matérias do primeiro semestre. Já gripei duas vezes desde junho e parece que amanhã vou acordar gripada novamente. Aprimorei meu inglês ao ponto de assistir filmes sem legendas. Conversei muito com Deus. Ampliei meus horizontes e voltei a sonhar de maneira mais ousada. Voltei a sonhar os meus sonhos, sem interferências.

Estou escrevendo isso para mim mesma. Para me mostrar as coisas incríveis que me aconteceram nesse tempo de deserto. Para me mostrar que não importa quão fresco seja o ar no topo da montanha, é no vale que vida acontece. Estou escrevendo isso porque eu sei que sou escritora e não posso ficar sem escrever. Estou escrevendo isso desesperadamente, mal olhando para o teclado, porque isso tudo me faz feliz. Even the pain. 

Tá chovendo lá fora, mas parece estar lavando aqui dentro, no meu quarto, no meu peito. E esse barulhinho uniforme das gotas caindo no meu telhado me acalmam, me fazem imaginar essa mesma chuva caindo sobre o meu teto em um lugar diferente. Me fazem acreditar em mim. 

Eu sei que fugi do "padrão" dessa vez. Sei que minhas palavras saíram como que vomitadas e carregadas de meninice, mas, apesar da obrigação de não ser, eu também sou menina rs. Eu também não fico legal de vez em quando, e nem sempre eu quero dizer de forma subjetiva, atribuindo a personagens fictícios as minhas emoções. Às vezes eu só quero ser Bia e falar de uma forma nada poética algumas coisas que tenho guardado em mim. E eu escrevo, mesmo que ninguém vá ler, porque meus amigos estão me lembrando de quem eu sou. A eles dedico esse texto mal escrito e minha sincera gratidão.

Abraços quentinhos,

Bia.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Aquele papo de renovação, etc e tal

Meu primo Caleb se divertindo na praia. 2015.

E depois de tanto tempo (XX meses), aqui estou eu novamente! E aí, pessoal, tudo beleza?

Eu imagino que do outro lado da tela estejam carinhas com reações bem diferentes uma da outra... Alguém está feliz por eu ter voltado a blogar; alguém tá olhando com cara de incredulidade, não acreditando que eu realmente voltei e não acreditando que eu terei disciplina para permanecer (que feio); independentemente da sua carinha aí do outro lado, aqui estou eu, do meu lado, com a minha carinha de fé e esperança!

Primeiro de janeiro sempre é um dia muito especial para mim. Sempre estou inspirada, tranquila, confiante.... Esse ano, apesar de eu não ter sentido a "Magia de Virada de Ano", estou aqui, no primeiro de janeiro, inspirada, feliz e confiante. E após ter curtido um dia bacaninha no sítio de um tio (irmão da minha vó - não que você se importe) tomando banho de piscina e aproveitando a companhia da minha maravilhosa família, ouvi da prima do meu pai que sentia falta das minhas postagens. Aquilo soou como um "UAAAAAAAAAL" na minha mente.

Eu sendo normal e magrelinha na praia com minha tia. 2015.

Pra você entender melhor o que eu senti naquele momento. Eu sou uma pessoa normal de 18 anos, que mora num bairro massa de uma cidade maravilhosa. Trabalho, vou pra escola, ouço reclamação da minha avó quando chego muito tarde em casa, tenho medo de atravessar a rua fora da faixa e amo suco de laranja. Nada que não exista também perto de você. Aí uma mulher que já atuou em novelas da Globo, trabalhou na produção do filme de ALCEU VALENÇA e viveu altas coisas maravilhosas e empolgantes, disse que acompanhava e meu blog e que fazia tempo que eu não blogava. UAAAAAAAAAAL.   

Não sei de vocês já perceberam, mas eu sou um pouco desanimada quando o assunto é blogar. Amo muito compartilhar com vocês meus textos, minhas ideias, minhas receitas... E amo mais ainda saber que as pessoas se identificam com isso. Contudo, o baixo índice de visualizações me deixa um pouco triste e desanimada. Então, no meio do meu desanimo e desistência, aparece alguém para me lembrar que sim, o meu blog é visto. Acima de tudo, aparece alguém no primeiro de janeiro para me lembrar disso. Algo mais "UAAAAAAAL" do que isso?

Então, para a alegria de todos e felicidade geral da nação, digam ao povo que fico. Fico no blog, fico nos meus textos, fico perseguindo o meu sonho. Estou pronta! Estou pronta para transformar minhas experiências em textos e mostrá-los a vocês! Estou pronta para falar sobre livros, filmes, receitas, falar qualquer besteira. Sabe por quê? Porque apesar de toda a dificuldade para manter o blog e de vocês, meus leitores, serem poucos, vocês existem, vocês estão aí. Estou aqui por vocês e por mim!

Muito obrigada a você que me acompanha. A você que lê isso. Obrigada, Vitória, por ter sido e estopim desse novo Aurora no Papel. Obrigada a todos os meus familiares e amigos e me apoiam com esse e com todos os outros sonhos!

Gostaria, contudo, de informar a todos vocês que estou "abandonando" o blogspot e adotando o wordpress. Como ainda não sei usar essa nova plataforma (gente, até agora não consegui editar a página "sobre"!) as coisas não estão prontas por lá. Como eu disse, decidi hoje mesmo que voltaria e aqui estou eu. A data para a volta do blog já está marcada: dia cinco de fevereiro!

Até lá, estarei preparando novos conteúdos pra você e aprendendo a mexer naquele trem. Tornando a página com a nossa cara, com a cara Aurora no Papel. 

Obrigada por tudo, queridos! Nos vemos em fevereiro!



segunda-feira, 16 de maio de 2016

O meu coração é índio.



O meu coração é índio, amor, e tu bem sabias disso quando chegou com tuas grandes embarcações na costa do meu país. O meu coração é índio, que te escandaliza com a liberdade e simplicidade do meu modo de viver, mas tu também sabias disso.

E partes meus coração quando chegas querendo impor-me teus costumes europeus, obrigando-me a cobrir as vergonhas – ora!, que vergonha há em mostrar quem eu sou por completo? – com teus panos refinados, bordados a ouro, caríssimos, mas que não têm valor algum para mim. Partes meu coração quando vens me pedir para trabalhar incessantemente para acumular riquezas que eu não terei tempo de aproveitar e por isso eu fujo, eu resisto, eu luto.

De que vale o teu encantamento com a cor da minha pele quando usas teu chicote para  sangrar os meus irmãos? De que valem tuas palavras doces e complicadas poesias quando proferes contra o meu povo xingamentos e pragas? De que valem teus carinhos e amores de madrugada quando levantas de manhã de cedo para sangrar o meu povo, arrancar a minha mata, domar os meus irmãos e explorar o meu território?

Então eu fujo, fujo, amor, porque para um índio é mais fácil lutar com arcos e flechas contra espadas e revólveres do que lutar contra o seu próprio instinto. Eu resisto à tua violência moral e física, para que, de noite – se teu revólver me deixar vivo até lá – eu possa me deitar tranquilo, sabendo que não desonro meus ancestrais, que não luto contra mim mesmo por causa de ti.  Eu resisto, porque não matarei a floresta que estava aqui antes mesmo do meu nascimento para que tu possas acumular riquezas que nem tu, amor, irás aproveitar.


O meu coração é índio, amor, e eu posso lutar contra quem eu sou. O meu corpo dói por causa da tu exploração, mas a minha mente repousa tranquila. Nem mesmo o mais valente e temido dos índios é capaz de lutar contra a sua própria consciência – não é sábio agir assim. Meu coração é índio e lutará até o fim.
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