Por Ana Beatriz Novaes
Foto: Yago Borges
Bem que eu queria ser uma flor, que fosse bela, serena, inerte. Queria
afogar-me na certeza do incerto, no pensar em ser irracional e poder
deleitar-me e desmanchar-me com um simples vento. Ser tulipa, margarida,
lavanda, tendo meus sentimentos expressos em aromas inexplicáveis.
Defender-me-iam os meus espinhos, e vestir-me-ia de pétalas suaves. Ser flor, e
nos conflitos entre fazer para ser, ser apenas o que posso fazer, fazer apenas
o que demonstro ser.
E nos enlaces das suas mãos, seria violeta, violenta, espinhosa,
bem-me-quer, te querer bem. Ser sonho, imaculada, ser guiada pelas danças do
vento, pela força do seu sopro, e despetalar-me, perder-me em você.
Flor do mato, de espinheiro, de ramalhete. Flor delicada, flor
assombrosa, flor amada, flor que é presente, que é futuro. Flor que é capim,
flor que é carpie diem.
E sendo inerte às mazelas, quiçá às bonanças, poderia ser destruída por crianças, ser amada por moças e desprezada por aqueles que não sabem amar. Mas meu nome ainda seria flor, eu ainda seria um presente, que talvez no futuro arrancasse um riso seu, meu bem, e por Deus, isso me valeria uma pétala inteira. |
Bem que eu queria ser flor...
ResponderExcluirFlores, sempre encantadoras!
ResponderExcluirNanda, somos todas flores!
ResponderExcluirLaila, elas são mesmo!