Por Ana Beatriz Novaes
Eu não me espantaria se todos passassem por mim e não me vissem, não me notassem, porque talvez um dia meu corpo irá se decompor em raios solares, e minha existência se resumirá em luz.
O que é a luz além da pureza do existir? Se bem que há muito eu não só existo, como também vivo: vivo vendo por vezes repetidas minha vida se transformar, mudar, iluminar, se tornar luz do dia, luz lunar, luz que passa despercebida por essa dimensão, que passa e disfarça que passou.
Eu sou luz, mas não brilho, sou espelho, sou refletor. Eu sou luz, mas longe da Luz, sou escuridão.
Foto: Yago Borges
Eu sou Musa, sou Fada, a Dama do Lago, que enxerga castelos onde você não pode ver, que guarda Lancelot como se fosse meu, e talvez até seja, embora já tenha morrido. Eu sou luz, ao ponto de prender Merlim, derrubar o muro de Berlim, derrotar Stálin e Trotsky, criar um anarquismo em mim.
Eu sou luz, que passa e disfarça, que enxerga muita graça nesse mundo de maldição. Eu sou luz!
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