terça-feira, 29 de setembro de 2015

O que o Velho Chico tem a nos ensinar



Havia no nordeste brasileiro um rio. Era um rio grande, bem grandão, que serpenteava por diferentes cidades e estados, finalizando sua estrada no meio do mar. Dele saíam diferentes rios, que davam origem a diferentes rios, que davam origem a lagos, lagoas, mas que acima de tudo, dava sustento a muitas famílias. Batizado de São Francisco, outrora fora Opará, o grande rio-mar, infinito em suas maravilhas, eterno em seus mistérios. 

Das muitas pessoas que por ele navegaram, que nele se banharam, que até ele foram acreditando ser esse rio fonte de imensurável ouro, pouquíssimos compreenderam o velho Opará em sua profundidade, porque foram até ele buscando coisas que ele não queria dar: buscaram riquezas, prazeres, diversões. Buscaram sobretudo encontrar no rio saciedade para os incontroláveis desejos de sua carne, para as infinidades vaidades do seu ser. 

O que Chico, vulgo Opará, queria oferecer às pessoas era privilégio que só os mais puros de coração podiam compreender. Era necessário dedicar-se a ele para entender qual era sua vontade, coisa que não era possível quando se navegava apenas na superfície, quando se banhava apenas na beira da praia. Chico era velho, amigo do Oceano, pai de muitos e muitos filhos, e os velhos sabem como é necessário muito esforço por parte dos homens para se compreender a vida, os velhos querem ensinar os homens a compreender a vida. 
Certa vez, um jovem rapaz, filho de agricultores numa cidade qualquer, resolveu dedicar seus fins de tarde para compreender Chico. Começou pelas pedrinhas de seixo-rolado na beira da praia, apalpando-as com os pés descalços; depois, permitiu-se ser banhado por aquelas calmas águas. Permaneceu apenas nesse ponto por um bom tempo – tinha medo de afogar-se, apesar de sentir que o rio-mar chamava-o para mais perto. 

Batizemos então esse rapaz de Pedro. Era um menino simples, que não tinha em seu berço luxos e prazeres. Contentava-se com o arroz e feijão de todo dia, ajudava seu pai a plantar na fazenda do velho coronel, sabia montar a velha égua malhada da família, era amansador de gado, mas acima de tudo, tinha pureza em seu coração. Pedro queria harmonia com Chico, que molhava o que ele e seu pai plantavam, que trazia vida para aquela simples família. Pedro queria dar vida ao velho que garantia a sua vida e então, mesmo sem coragem, deixou-se levar pelas profundas águas esverdeadas. 

Conta-se atualmente que o próprio Chico ensinou o jovem rapaz a nadar. Que Chico revelou-se a ele nas profundezas de suas águas de uma maneira que não havia se revelado a ninguém desde que os últimos índios fugiram dali. Conta-se que Pedro foi o pai de todos que não se contentam apenas coma  superficialidade do dia a dia, dos que não dedicam sua vida na procura do ouro, dos prazeres da terras, das vaidades da vida, mas que querem compreender a vida em seus mistérios e profundidades. Pedro foi filho de Chico e a ele devemos nosso nado, porque Chico, que quis se revelar a Pedro naquele dia, é pai de todos nós. 

                  Ciume - Caetano Veloso 

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Enquanto ainda der tempo de amar...



Boa tarde galera!

Não é preciso ser um grande escritor pra florescer poesia dentre nós, não é mesmo?
Na verdade, o que você está prestes a ler não é uma poesia, só usei essa expressão por causa é de uma música linda que é de uma banda muito amorzinho!!! (breve um post dedicado somente a essa tal banda!) E de novo, eu não tenho dom para escrever assim, mas vim desabafar por meio deste.

"Falar sobre isso ainda me dói. Dói-me não ter quem ver aos domingos, ver que já se passou um tempinho e ainda sinto a tua falta, que ainda não acredito que não esteja aqui comigo. Mas se as coisas fossem do jeito que queremos nada mudaria, ou então, mudaria drasticamente sem pensar em ninguém a não ser em nós mesmos. Na verdade, só quem sabe o que é melhor pra mim ou pra você sempre é e sempre será Deus, e eu não quero ir contra os planos Dele, pelo contrário, quero seguir conforme a vontade Dele! Mas é difícil aceitar tudo isso, toda essa dor e saudade."

Não, não estou falando de algum relacionamento ou coisa e tal, estou falando de uma saudade que não tem cura, que a única forma de ver tal pessoa, seria na eternidade, pois aprouve Deus, levar essa pessoa, para com Ele caminhar e merecer o descanso eterno.

Não quero aqui fazer uma apologia ao sofrimento sobre a morte de alguém, pois se uma coisa que eu não suporto é esse sensacionalismo que a mídia impõe na gente, querendo por a gente a se comover diante de tal situação. O que você está lendo é, na verdade, um desabafo, um demonstrativo de saudade, uma forma de dizer que eu amo umas estrelinhas lá no céu e que eu tenho a certeza de que em melhor lugar elas não poderiam estar.

Então aqui vai um recado, uma lição de vida ou até mesmo um aviso pra você, caro leitor: ame a sua família e amigos enquanto há tempo! Não espere que digam “eu te amo” pra dizer “eu também”, diga sempre que puder, ame o máximo que conseguir, e se chegar ao máximo, ame muito mais! A vida, meu amigo, é uma montanha-russa, uma caixinha de surpresas. Cuide de quem cuida de você, ame quem te ama e ame quem não te ama também, pois se uma coisa é que temos certeza na vida, é a da morte. Então monamigos, aproveite e cante: “A demanda do mundo, é amar!”.

Pra você ouvir: Quando a fé ruge, Teatro Mágico.



domingo, 20 de setembro de 2015

Blogs que tenho acompanhado nos últimos meses

Oi pessoal!
Trouxe hoje pra vocês uma lista de blogs que tenho acompanhado nos últimos tempos. Antigamente eu nem me ligava nisso, sabe?, mas depois que você entra na blogsfera, acaba adquirindo o hábito de zapear por alguns, e não é que alguns acabam fazendo parte do nosso dia a dia?

Antes, quero deixar bem claro que eu post não está sendo “troca de divulgação” nem nada. Acho que esses caras nem sabem da existência desse amanhecer traduzido no papel que chamamos de Aurora.

Vamo lá então!



1. Papo de homem

Não é à toa que os meninos dizem que ficariam com todas as amigas deles se elas quisessem, “menos com Bia. Bia é homem, po”.
Cresci ouvindo essa frase, passei a pré-adolescência “batendo card” com meus colegas de classe e hoje tô aqui, sendo uma péssima pessoa pra alguém comprar roupa porque acho tudo muito "nhenhen", reclamo demais e fico na internet vendo blog masculino.
Papo de homem foi criado há mais oito anos com intuito de atender a demanda do universo masculino, mas ao contrário do que talvez você possa pensar, os caras não ficam perdendo tempo postando – só – sobre conquistas, bebidas e baladas. Traz também conteúdo relevante sobre psicologia, ética, humanismo, entretenimento e cultura. Tem meu coração. Pra quem quiser acessar, o link é esse aqui  http://www.papodehomem.com.br/


2. Volta ao mundo em 80 bares

Gosto muito de ler jornais e ficar antenada com as coisas que acontecem ao redor do mundo, mas não sou de confiar em uma fonte só. Tava zapeando pelo O Globo quando conheci o blog do Juarez Besoca, e gente do céu, é sensacional.

É uma volta ao mundo de uma maneira que eu aposto que você nunca pensou em fazer. Juarez, que é jornalista, fotógrafo e pesquisador da cultura de botequim, já resenhou mais de 1.200 bares e tá aí, fazendo uma viagem em que pretende visitar mais de quarenta países resenhando seus bares apenas por terra e mar, nada de avião. Vale muito a pena conferir! blogs.oglobo.globo.com/juarez-becoza/

3. Minha Vida Cristã

Encontrei o blog em uma busca na internet para conhecer mais a banda Palavrantiga e encontrei um ótimo conteúdo sobre nesse site.
Com um conteúdo inteiramente cristão, no  Minha Vida Cristã vários colunistas trazem coisas que vão além do que você espera encontrar num blog da categoria. Trazem reflexões sobre cristianismo real, vivido ao lado de Cristo, em oposição ao cristianismo de mercado, que tanto é vendido por aí; incentiva uma vida de renúncia, não de alimentação do ego; mostra que existe, sim, no meio cristão, gente que pensa e questiona, e nos leva a ver que nem tudo com título de gospel é sagrado, assim como nem tudo que não traz esse rótulo é profano.

4. Gabriel quer viajar

Veeeeelho, sou completamente apaixonada por blogs de viagens. Muito mesmo. Aliás, sou apaixonada por viagens, mas como ainda sou desprovida de recursos que me permitam cair nesse mundão, viajo nas aventuras de outros.
Gabriel em seu blog de viagens nos mostra um mundo além da Europa, além do que é popular por aí. Um mundo exótico de lugares incríveis, nem todos eles conhecidos pelo Gabriel, porque Gabriel quer viajar, mas não viajou tanto quanto gostaria. Pra quem gosta do gênero, vale muito a pena dar uma olhada. gabrielquerviajar.com.br

5. Nyr Dagur

Conheci o blog da Thaís ontem (18/08 – não sei que dia esse post vai ao ar) e simplesmente amei. Thaís é um paulista que mora na Irlanda há dois anos, e não sei se é formada em Letras e tradução  ou em Tradução e Interpretação, mas sendo como for, o conteúdo que Thaís nos traz é ótimo.
Envolve assuntos pessoais, como a vida dela lá na Irlanda, relatos de outras viagens e outras cositas! nyrdagurblog.com

6. Serendipity

Tinha planejado falar apenas de cinco blogs, mas o blog da Melina realmente me encantou. Pode-se perceber por suas fotos e posts toda uma meiguice e simpatia, e velho, na moral, nenhum blog “de menina” me cativou tanto quanto o dela. Melina fala de suas viagens, fotografias, decoração, resenhas literárias, entre outros. Sério, gente, é muito bom mesmo! melinasouza.com

P.S.: Perdoem-me por esses prints horrorosos, eu sou amadora mesmo!

Abraços, pessoal, muito obrigada por continuarem nos acompanhando!
Muita paz pra vocês!



terça-feira, 15 de setembro de 2015

American Horror Story


Bom, antes de passar o conteúdo do post, quero me justificar o porquê de eu estar tão sumida. De um tempo pra cá, minha vida está uma verdadeira correria, a semana toda indo para escola pela manhã e tarde e fins de semana na igreja. Desde já, vou procurar sempre estar atualizando esse espaço e cumprindo com minhas responsabilidades!

American Horror Story é uma das minhas séries favoritas e em menos de um mês, lançaram a 5° temporada no canal da FX! Bom, mas como falar da 5° sem apresentar as outras quatro? Até o dia da estreia, eu vou publicar aqui toda semana, sobre as quatro, uma temporada em cada semana. Cada temporada trabalha com temas diferentes, porém, há murmurações de que cada uma delas se completam, que há uma espécie de conexão entre cada temporada. Então, vamos começar do começo, não é mesmo?

American Horror Story é intitulada aqui no Brasil como “Uma História de Horror Americana” e foi lançada em 5 de outubro de 2011 nos EUA e 8 de novembro de 2011 aqui no Brasil. Criada por Ryan Murphy e  Brad Falchuk , a cada ano ela vem se superando em premiações, audiência, enredo, elenco, produção e tudo mais!

Antes de realmente falar da 1° temporada, eu vou explicar uma coisa: AMERICAN HORROR STORY NÃO DÁ MEDO! Bom, muita gente tem medo da série, por trabalhar com temas sombrios e tenebrosos, mas não vamos julgar o livro pela capa, né mores? Não é uma série que te faz vomitar arco-íris, mas não vai fazer botar sua tripas pra fora, haha. Existe uma GRANDE diferença entre “horror” e “terror”. Horror é algo que vai te deixar horrorizado, te deixa complexado e enojado, trabalha mais com a questão visual do que com o psicológico, você não vai dormir pensando no que viu e nem tem medo de ir ao banheiro de madrugada, rs. Já o terror, te deixa totalmente apreensivo, com medo, assustado e apavorado. Então, vai por mim, não dá medo mesmo! Se desse medo, eu nem assistiria haha.

A primeira temporada da série, se passa em uma casa terrivelmente marcada por histórias macabras de antigos moradores da casa em que se passa a trama. Nela acontecia assassinatos e não se sabia o motivo de tantas mortes em um só lugar. AHS: Murder House, centra-se na família Harmon: Dr. Ben, sua esposa Vivien e sua filha Violet, que se mudam de Boston para Los Angeles após Vivien sofrer um aborto e Ben ter um caso extraconjugal. No novo lar, eles descobrem que a propriedade guarda segredos e acontecimentos do passado aterrorizante e a casa que seria seu recomeço torna-se seu fim.



     American Horror Story: Murder House


Personagens:


Dr. Benjamin "Ben" Harmon (Dylan McDermott): O pai da família, Ben, quer se mudar com sua esposa e filha para Los Angeles em busca de uma nova vida, quer acender a chama perdida do seu casamento e se reconciliar com sua filha, que está na fase conturbada da adolescência. Psicólogo, ele faz da sua nova casa seu local de trabalho também, e cada paciente conta uma história e um passado tenebroso.


Vivien Harmon (Connie Britton): Vivien já passou por coisas nada agradáveis, como a traição de seu marido e seu aborto espontâneo. Quer se livrar dessas lembranças e construir tudo de novo ao lado da sua família, porém, não sabe o que espera em Los Angeles na nova casa.


Violet Harmon (Taissa Farmiga): Atordoada, confusa e revoltada. Essas são as características da Violet, que ao passar da temporada, vai fazendo com que a gente goste dela, e que assim como os pais, quer reconstruir uma família, quer que a paz e harmonia voltem e tudo esteja em seu equilíbrio.




Tate Langdon (Evan Peters): Tate é um adolescente atordoado, confuso e revoltado. Características bem casadas com as da Violet, hein? Tate é paciente e vizinho de Ben, e ao sentar no divã do seu psicólogo, ele revela seu passado sombrio e triste. Tate vai revelando quem ele realmente é ao longo da temporada e você sente uma vontade de matá-lo e querer fazer com que ele pague por tudo que cometeu.



Constance Langdon (Jessica Lange): Mãe de Tate e Adelaide Langdon, é aquela vizinha entrona da família Harmon, que também já morou na casa. Amarga e rancorosa, ela sempre quer se sair bem e até se passar por amiga da família, até eles se encherem dela e suas tramoias!


Moira O’Hara (Frances Conroy/ Alexandra Breckenridge): Moira é a empregada da casa e se apega muito a família. Moira foi assassinada por Constance quando era mais nova, porém, quem morre na casa, permanece pra sempre na casa. Sim, ela morreu mas ainda está “viva” estranho, né? Ela é vista como Moira: A empregada velhinha Carismática, por mulheres, e aos olhos dos homens, ela se passa por Moira: A empregada sexy.




Um beijo no coração de todos vocês, até a próxima! 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Eu não vou ler o jornal


Hoje eu não vou ler o jornal, Morena. Vou ficar quieto, largado no sofá, pensando nas minhas próprias tragédias diárias que não são transmitidas em rede nacional. Não vou fumar meu velho Broadway, como era de costume, mas vou me atentar aos alertas de câncer, aos dados de uma droga de OMS qualquer. 

Tenho andado, nos últimos dias, reprimindo essa vontade de ser alguém que não sou. Tenho pensado em largar os vícios, as cadeias, me libertar de uma vez, e pensar em coisas ruins acontecendo pelo mundo não vão me ajudar – é pelas coisas ruins que eu bebo e fumo. Hoje eu vou relaxar, acender um cigarro para não fumar, lembrar dos nossos risos motivadores, nossos risos que nos movem, pra quando chegar a vontade de parar poder saber porque que eu ainda continuo insistindo nisso tudo. 

Vou insistir em parar, continuar nessa insistência de largar todas essas algemas. Hoje, e talvez seja só hoje, vou andar pretensioso pelas ruas da cidade que não para, vou parar no meio de uma rua qualquer e desfrutar o poluído ar que me cerca o tempo todo, vou me purificar das impurezas e dos metais corroídos, vou viver uma hora de cada vez. Hoje, Morena, não vou nem pensar em você. 

Não vou pensar em você com sua mania de “adeus”, não vou pensar em você com sua mania de “você vai ficar bem”. Não vou pensar, Morena, porque quando o penso é torto, mais torto é o meu pesar. Vou largar de vez a dependência físico-química que prendeu a ti, não vou pensar nos seus dados, nos seus editais, nos seus jornais. Vou ser eu mesmo, Morena, de um jeito que possa te fazer nunca mais querer voltar, porque a espontaneidade tem sido mais importante agora do que qualquer coisa falsa que te atrai. 

Hoje eu não vou ler sua coluna no jornal, alertando as pessoas a respeito do consumismo, capitalismo, feminismo, egoísmo, chaticeismo. Não vou pedir a sua opinião, não vou me lembrar das suas broncas; deixe que seu riso eu tenho muito bem guardado aqui, pra que um dia, se quiser aparecer outra vez, receba uma notícia que não foi publicada num jornal, conheça o meu eu que aprendeu a ser  eu mesmo longe das suas imposições, reclamações, orientações, chaticeões. 

Hoje eu não vou ler o jornal porque não  afim de bancar o culto, não  afim de ser quem não sou. Hoje, Morena, vou jogar dominó quando voltar do trabalho, porque já soltei minhas mãos das amarras que me impediam de abrir sozinho o caminho que eu estiver afim de seguir. 
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