Sabe quando as pessoas dizem que encontraram alguém que faltava, alguém que ocupou um espaço em suas vidas que precisava ser preenchido? Pois é, não foi isso que aconteceu.
Eu aceitei a sua solicitação para entrar na minha vida quando ela já estava completamente lotada de compromissos, estudos, mágoas e problemas pessoais; quando a última coisa que eu queria era mais uma pessoa para eu me preocupar e quem sabe até, mais uma pessoa que pudesse me machucar.
E você, não sei se por maturidade e experiência ou só por malandragem mesmo, conseguiu se esquivar por entre meus livros e minha resistência com esse seu ar de mistérios e essa sua seriedade reprimida, abrindo espaço para conversas mais soltas quando eu achava que me prendendo ia conseguir ser feliz.
Você entrou, e mal sabia eu da avalanche que viria a seguir. Era o meu completo oposto entrando na minha vida como quem diz: “ei, você estava errada o tempo todo”. Era a mistura das características que eu mais desprezava com as que eu mais almejava em alguém juntas em um só ser. Eu deveria fugir, como dizem as regras. Deveria usar a racionalidade para fugir espontaneamente antes que fosse obrigada a fazer isso, evitando uma série de eventos dolorosos, mas eu não fugi.
E agora não fujo da vontade de estar perto de você. Antes, crio em mim espaços que não existiam, jogo fora minhas coisas para te dar lugar em minha vida, abro mão dos medos para me arriscar a andar contigo sem saber onde estou pisando. Não fujo dos risos que me escapam de madrugada quando me lembro da paz que um cara completamente desconhecido foi capaz de me proporcionar, nem dos seus emails inesperados nos meio da tarde e suas ironias inconstantes.
Sigo. Com medo, com incerteza e risos frouxos. Sigo, temendo estar abrindo espaço pelas florestas da minha vida em vão, deixando que você chegue, fique e permaneça. Sigo sem medo.
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