terça-feira, 11 de agosto de 2015

Cada vez mais velha, cada vez mais bela, cada vez mais...



Agosto é o mês das ventanias e, assim como ele, sou eu. 
  
Leonina nata que apenas se identifica com o signo por causa da juba, andei sumida, vagando dentro de mim, questionando e reforçando cada vez mais a minha fé. Dizem que sumi da igreja, sumi do blog, sumi de todo e qualquer círculo social que não seja a escola e o trabalho, contudo a minha alma se regozija ao saber que nos tempos em que andei sumida, pude me encontrar, pude ser achada. 

Agosto é o mês das ventanias, e no último dia 3, meu então aniversário, ventou calmamente na minha casa, onde os mais próximos foram me presentear com a sua presença, bater resenha e sentir o amor vivo entre nós, até mesmo os que vejo com pouca frequência. Foram lá em casa e não precisaram fazer nenhum discurso – a sua presença era a maior homenagem que eu poderia querer. 
  
E então, estou mais velha. Talvez ainda mais nova que muitos de vocês, mas mais velha que ontem, mais velha do que no 3 de agosto de 2014. Estou mais velha, e até pensei em elaborar aquelas listinhas que tanto gosto de ver as pessoas fazendo em diversos blogs, algo como “18 coisas para se fazer até os 18”. Mas eu sou ventania, sou um leão que ruge, e leões apenas são guiados pelo instinto. Deixo então A Ventania me guiar, traçar o meu destino, me ensinar que até mesmo o destino está condicionado às minhas escolhas. Deixo a ventania me guiar, mas também dou espaço para a calma brisa falar ao meu coração, porque é justamente na simplicidade da vida que sou levada aos momentos de alegria, equilíbrio e reflexão. 

Fiz 17 anos, mas quem estava longe de mim no dia 2 de agosto permaneceu tão longe quanto antes. Por ter tido que conviver com despedidas a minha vida inteira, trocando sempre de cidade, saudade passou a ter para mim um significado diferente do que para a maioria das pessoas, mas nem por isso 1439 km de distância mantidos há muito tempo passam despercebidos em meu coração. Ei, seu sinto sua falta! 

Alguns esqueceram de me parabenizar nessa data, mas eu não me importo com isso – me importo com o fato de que estão presentes em minha vida todos os dias do ano, estão presentes para me ajudar com meus conflitos, minhas bestagens, estão presentes para aturar a prosa ruim que é a minha poesia, estão presentes e é esse o presente que importa. 

Ganhei muito abraços, sorrisos, palavras bonitas e me contentei. Talvez tenha sido necessário completar dezessete anos para admitir ao mundo que eu sou uma pessoa carente, então, ei mundo, eu sou carente, eu gosto de abraços, deem-me abraços o ano inteiro! 

Ganhei uma caixa com uns 24 sabonetes Francis (!!!), achei hilário, amei. Ganhei um ano a mais, estou um ano mais próxima da morte, mas um ano é sempre um ano. Sou só eu que ajo no meu aniversário como se fosse a virada de ano? Estabeleço metas, agradeço, me renovo... Tenho 17 anos, mas não sou hoje a adolescente que eu almejava ser quando tinha dez anos, graças a Deus! Não gasto meu tempo com festas, não gasto meu dinheiro com roupas, não gasto meus lábios com beijos dados ao acaso, sem significado. 

Sou da ventania, tenho 17 anos, mas apenas três foram sob comanda da Ventania. Agora, sou folha seca que é levada para onde o vento quer. 

Tenho 17 anos e não sei bulhufas da vida. Não sei “o que quero ser”, mas sei quem eu quero ser, e olha só,  no caminho! 

Tenho 17 anos e você, quantos anos tem? E você, conta o que desses anos? Tenho 17 anos e conto com você para me contar sobre os seus anos, para enriquecer os meus anos, para fazer parte dos meus anos! 

P.S.: Estive sumida porque a internet ficou uma semana fora do ar e, quando voltou, me pegou no meio de uma correria de grandes dias na casa do meu querido pai.
Tô aceitando no email textos que vocês queiram mostrar aqui, ok? Grande abraço, paz e amor!
P.P.S.: O título dessa postagem é uma adaptação de um trecho de uma música  de Humberto Gessinger. 

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