Havia um quê de mistério divino no vento fresco que balançava saias e folhas na mata brava do sertão naquele dia. Havia todo um poema envolto nos raios solares infiltrados por baixo das copas das árvores às quatro da tarde. Havia um quê de poema misteriosamente divino naquelas pessoas, amantes da natureza, que decidiram largar os afazeres entediantes de domingo para irem se picar numa roça qualquer.
Talvez fossem as flores amarelas entapetando
o chão primaveril que fizesse tudo parecer mais mágico e belo aos
olhos, talvez fosse o carcará cruzando os ares com sua imponência,
talvez fossem os patos criados num poleiro ou até mesmo a pitangueira
que não frutificou esse mês – quem poderá saber? – mas gente bicho do mato não precisa de muita coisa para se encantar com a terra a que pertence.
Havia
ali uma moça. Tipicamente sertaneja, tipicamente baiana, andava sozinha
por entre as árvores que roçavam sua cintura, ficando cada vez mais morena
debaixo do sol. Estava no auge da sua juventude, mas não estava
curtindo seu domingo a tarde como os demais jovens da sua idade
geralmente faziam. Era todos os dias beijada pelo sol nordestino, mas
gostava mais ainda quando esses beijos eram recebidos no
meio do mato, entre os paus-brasis plantados rente a cerca por seu pai;
gostava mesmo era desses beijos no meio de uma ventania, no alto de um
morrinho, observando o voo dos pássaros que, assim como ela, amavam a
liberdade.
E ali estava o verdadeiro bicho-do-mato
do sertão, do cerrado, das áreas de transição nordestinas. Apesar de
ser tão indomável quanto seus cabelos, deixava-se amansar por aqueles a
quem amava, por aqueles a quem pertencia seu coração. Ali estava o
bicho-do-mato: não eram as lagartas de
fogo, não eram as cobras enfiadas no matagal, não eram os felinos
agressivo querendo proteção – era uma moça qualquer da cidade, trazendo
no peito sentimentos quaisquer de sua idade, mas que ao invés de somente
existir, vivia intensamente cada segundo que
o Divino lhe concedia cultivando amor no coração de outros
bichos-do-mato, correndo pela grama sob o sol primaveril, sendo um
inofensivo bicho-do-mato.
Ali estava o bicho-do-mato, com sua família de catingueiros: uma velha a molhar alegremente a horta,
um homem a ocupar-se afazeres roceiros, uma mulher a irritar-se com os
mosquitos, uma outra moça bicho-do-mato a subir nas árvores que a sua
irmã não queria. Eram bichos-do-mato, quem poderá negar? Eram
bichos-do-mato, amantes da terra, amantes do sertão, amantes de toda cor que o sol trazia pra'quelas bandas. Eram amantes do mato.
Amores meus, fiz este texto assim que voltei do pedacinho de terra que nossa família tem, ou melhor dizendo, da roça. Acho que já deu pra perceber pelas coisas que escrevo, pelas fotos aqui postadas, pelo Instagran o quão amante da natureza eu sou, né? Pois é, e aqui tá um pouco pra vocês do que eu vejo, do que eu sinto, do que eu sou, e eu espero que tenham entendido o que eu quis transmitir!
Amores meus, fiz este texto assim que voltei do pedacinho de terra que nossa família tem, ou melhor dizendo, da roça. Acho que já deu pra perceber pelas coisas que escrevo, pelas fotos aqui postadas, pelo Instagran o quão amante da natureza eu sou, né? Pois é, e aqui tá um pouco pra vocês do que eu vejo, do que eu sinto, do que eu sou, e eu espero que tenham entendido o que eu quis transmitir!
Muito obrigada por tudo, queridos!
Abraços, fiquem com Deus, fiquem na paz!
Um dos textos que mais gosto!
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