quarta-feira, 1 de julho de 2015

A fantástica fábrica de sonhos.



Eu continuo preferindo ser uma sonhadora, porque apesar de ter sempre os pés no chão, não consigo me contentar com essa realidade. 
  
Digo porque sei que muito provavelmente não terei minha casa própria assim que terminar a faculdade, e que é muito menos provável ainda que apareça um concurso público assim que eu me formar. Sei também que não, eu não serei uma esposa perfeita, uma mãe perfeita e muito menos uma professora perfeita, daquelas que conseguem controlar facilmente uma sala de aula com 40 alunos e é querida por todos eles, mas cheguei a conclusão que é ainda mais difícil alcançar todas essas coisas sem ao menos desejá-las. 
  
“Você não pode viver sonhando e esquecer de viver, Harry”, disse Alvo Dumblodore como se dissesse a mim no livro que fez iniciar no mundo literário e tenho guardado essas palavras desde então. Eu tinha apenas onze anos quando li, e acredite, continuo tão sonhadora quanto naquela época, e talvez seja por isso que essa frase ainda se faça tão necessária. 
  
Se eu me decepcionei por não alcançar os sonhos de menina? Ora, é claro que sim! Mas o que é vida sem algumas decepções? Acredito que ao passo em que se deve ter cuidado para não pensar apenas do futuro e esquecer de desfrutar o presente, também não estaremos vivendo sem umas doses diárias de sonhos e esperanças. 
  
Por isso é tão belo. Desejar uma realidade diferente e se esforçar para alcançá-la é o que move o mundo, é o que torna as pessoas melhores. Não desisti dos sonhos de menina, como por exemplo medicina, por falta de esforço ou nada do tipo – simplesmente não me imagino sendo feliz vestida de branco em um consultório – mas ainda luto por um mundo melhor, mesmo sabendo que sozinha não o alcançarei, mesmo sabendo que as chances de me decepcionar são enormes. 
  
Na verdade, tudo se resume em estar equilíbrio. Achar um ponto exato entre não esquecer o passado, não deixá-lo interferir negativamente no presente, não esquecer de viver por estar sempre sonhando e não deixar de sonhar para não sentir dores é que são elas. Isso é vida, afinal, e por isso ela deve ser louvada! Um constante movimento para estar em constante equilíbrio, e eu simplesmente não consigo ver coisa mais bela do que essa. 
  
Eu continuo preferindo ser uma sonhadora porque cheguei a conclusão que quero viver cada momento da vida, sem estar apenas no modo automático. Quero sofrer, aprender, sorrir, sentir saudades, realizar; sonhar com um mundo sem miséria, sonhar em fazer a diferença, mesmo que anonimamente; sentir falta de quando o mundo era mais colorido, chorar de saudades da infância.  Eu quero viver.

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